À primeira vista "O espetacular Homem-Aranha" me pareceu desgarrado da trilogia de Sam Raimi, que mesmo sendo alvo de muitas críticas, está entre os favoritos da minha estante. Sob a batuta de Marc Webb, Peter Park, tornou-se muito mais irônico, o que me parece ser o novo estilo Marvel, desde que Tony Stark tornou-se adorado entre os cinéfilos. Já nas primeiras cenas, o Peter vivido por Tobey Maguire, na trilogia anterior, pode ser esquecido. O espetacular Homem-Aranha não tem nada de tímido ou desajeitado, é, pelo contrário, um personagem confiante e cheio de si. Porém, como se pode perceber, eu cai de pára-quedas no segundo tempo da saga e assisti o filme em clima meio "Amnésia". Entretanto, ao ver o primeiro Aranha de Webb tive a certeza de que a ideia era realmente deixar para trás tudo que sabíamos sobre Peter.
Diferente dos longas de Raimi, os efeitos especiais dos novos filmes do super-herói são muito mais trabalhados e as cores vermelho e amarelo, bastante presentes nos anteriores, saíram de cena, dando abertura para o azul e um vermelho mais escuro, deixando o clima metalizado. A roupa, o cenário, a teia... tudo parece ser mais elaborado e maduro. A história ganhou mais informações e até parece fazer mais sentido o fato de Peter utilizar a tecnologia para produzir as teias que o deslocam pela cidade - e não, simplesmente, produzi-las a partir da mordida da aranha. Dar um sentido aos super-poderes do Aranha é outro ponto positivo do longa.
Após tanto relutar, devo confessar que "O espetacular Homem-Aranha" é uma boa produção, com acréscimos importantes e que dão mais sentido a história, mas por outro lado recria um personagem, anteriormente vitimizado, dando-lhe uma roupagem heróica desde o princípio. O cuidadoso Parker de Maguire, agora é o engraçado e sensível Andrew Garfield.
Nota: 7,5